sábado, 26 de junho de 2010

Cabrito Assado no Forno | Ouzado 2005

O cabrito (com menos de 4 quilos) preparado no forno deve ser uma das glórias da nossa gastronomia (não digo nem popular nem tradicional). Aparecem preparações do nosso receituário oriundas de quase todas as regiões nessa  grande obra da Senhora Dona Maria de Lourdes Modesto que é a Cozinha Tradicional Portuguesa. Em ocasiões solenes ou de festa, este será um dos pratos mais unânimes, ainda hoje.
Feito à moda do Minho com o seu arroz de míudos no forno ou acolitado com batatinhas na sua assadura (mais ao sul), marinado com ou sem vinho branco, com ou sem pimentão, assado no forno de lenha ou num forno doméstico a gás ou eléctrico é, sem duvida um dos pratos que mais orgulham quem os prepara.

Este foi feito com uma perna e um vão de costelas de um cabritinho, não totalmente certificado (comprado numa grande superfície) e marinado durante 24 horas numa pasta composta por banha de porco, sal, pimenta preta moída no almofariz, alho, louro (uma folha) e um pouco de massa de pimentão. Foi ao forno a 130º C durante umas 3 horas. Depois da primeira meia hora adicionei um pouco de vinho verde branco (AVA, da Quinta da Aveleda) e fui virando a carne de meia em meia hora. Fui regando a carne com o molho. Antes de servir, levei o forno aos 220º C para alourar a carne. Para acompanhar escolhi um duo que para mim acompanha muito bem o cabrito. Batata e couve (de branca a verde) cozidas. 


O vinho escolhido para acompanhar este prato é tudo menos consensual. Daí também o nome... Um vinho feito por um dos mais respeitados produtores Alentejanos e com Enologia de João Melícias. Proveniente da Herdade do Menir, de onde sai o Couteiro-Mor para o Supermercado e o Vale de Ancho para a Garrafeira. Feito na vindima de 2005 com Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Syrah. Castas estrangeiras. Estagiou em inox. Saiu há seis meses (mais?) para o mercado. Um vinho improvável para um cabrito. Como é que um vinho que não passa por madeira, é feito no Alentejo com castas estrangeiras e sai para o mercado ao fim de 4 anos acaba por ser uma boa mariadagem? Porque a cor é linda, a fruta é muita e madura qb, os taninos estão redondos e o final é longo e teima em ser persistente. Por 12,50 € é um vinho que proporciona uma experiência interessante a acompanhar comidas. Bela aptidão gastronómica. Nota pessoal: 16,5. 

2 comentários:

  1. Bem sei que é preciso variarmos nos acompanhamentos e que as couves fazem as delícias de muitos... mas... que queres?... não consigo deixar de pensar neste maravilhoso pedaço de cabrito «acolitado!» (gostei demais do adjectivo), por umas lindérrimas batatinhas assadas, que já vem sendo a tua imagem de marca...
    Nao me leves a mal!
    E beijinhos.

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  2. Também estou de acordo com a Anna, as batatinhas assadas e um pouco de esparregado ficava muito bem, para quem goste claro ,tem bom aspecto mas aqui a je não trincava o belo do cabrito ,só porque não gosto!
    Da garrafinha de vinho já não digo que não e então se fôr branco, mas não deve ser com carne né?
    Parabéns

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