sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entrecosto com Morcela da Guarda | Álvaro de Castro Dão 2006

Este entrecosto é um remake de um outro que já tinha apresentado aqui há quase três anos e que foi originalmente publicada pelo Luís no blogue Comidas Caseiras (here). Uma preparação simples e deliciosa. Na prática, trata-se de entrecosto cortado em paralelipípedos pequenos e marinado em vinha de alhos que é frito em banha de porco e depois finalizado no forno, juntamente com a morcela da guarda a assar no molho do entrecosto.    


Na versão original tinha usado umas morcelas feitas pelo meu pai, fantásticas e que aguentaram perfeitamente a assadura sem rebentarem. Nesta, usei uma morcela da Guarda feita na Guarda e que rebentou por todos os lados, como se esperaria de um produto industrial ainda que feito dentro das apertadíssimas exigências da ASAE, que, calma e paulatinamente vai destroçando o nosso património de coisas "caseiras" a bem de uma higiene e segurança, cuja alegada falta nunca terá matado ninguém, mas que certamente contribui para uma quase irreversível perda, não das melhores preparações artesanais (pelo menos, a curto prazo), mas do acesso a essas preparações ao comum dos mortais. Garantidamente a morcela que usei levava 5 a 0 (onde é que eu já ouvi isto?) da que tinha usado há três anos, mas o essencial estava lá... carne e gordura de porco, pão, cominhos e mais algumas coisas... Mas que era má, era.



Para acompanhar, batatas cozidas e umas folhas de couve galega (portuguesa) que, não tendo a acidez dos grelos, também são um bom acompanhamento. E um vinho de Pinhanços e de Álvaro de Castro. Voltei a provar este Dão 2006 que apareceu inicialmente algo confuso e com uma doçura residual nada agradável, pelo menos tendo em conta que tinha provado este vinho há menos de um ano (ici) e que tinha gostado. Arejei-o e lá melhorou, mas foi só no dia seguinte que estava "normal" depois de ter devolvido o resto para a garrafa e a ter deixado no frigorífico...    

2 comentários:

  1. Fui espreitar a de há 3 anos atrás e realmente dá 10 a 0 nesta...(claro que não percebi aquela dos 5 a 0... lol!).
    Mas se o aspecto não é dos melhores, aposto que o sabor até era...
    Beijinhos.

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  2. É mesmo uma pena quando se apanham estes barretes, alguns com selinho metálico e um DOP no rótulo.
    Pela foto também concordo com o 5-0 (apesar do evidente mau gosto da alusão, baixaria!), a mostrar à evidência que o saber e o sabor das coisas boas não cabem em regulamentos de higiene alimentar e processos HACCP.
    Ainda há dias comi as melhores alheiras da minha vida, vindas de combóis de Chaves, apenas embrulhadas nuns papéis pardos, caseirinhas sem dop nem selinho e que depois das tormentas dos 3 ou 4 dias de viagem junto com as outras encomendas da CP, estavam de subir ao céu.

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