quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Doce de Ovos e Amêndoas

A Trilogia desta quarta feira com a Ana e o Luís tem por mote os doces de colher. E doces de colher, há muitos, até os que não o sendo, alguém pensa que o parecem e então é ver desfilar os docinhos de camadas e bolachas feitos com o que havia à mão e que devem proporcionar tudo menos a sensação que se quer de um doce: que seja doce. Isto de tão elementar parece estar esquecido por uma parte da blogosfera tuga que corta no açúcar (e já agora, nos ovos) como se não houvesse amanhã, o que me leva a perguntar: se é doce porque é que não leva açúcar? Corte-se na quantidade do doce e não no açúcar, não se tome a parte pelo todo. Por mim, prefiro um cubo de pudim do abade de priscos a uma gamela de gelatina light com bolachinhas a nadar e qualquer coisa a enfeitar, mas isso sou eu...     


Este doce foi retirado duma cândida publicação dos Livros do Brasil, chamada Coisas Boas, sem ano de publicação (pelo grafismo deverá ser dos anos setenta do século passado) e que apenas refere o registo em nome da Associação das obras assistenciais das conferências femininas de São Vicente de Paulo. Aparentemente era uma espécie de petitchef da época, mas as receitas enviadas eram mais seleccionadas, afinal de contas quem as queria enviar tinha que escrever e enviar uma carta para a referida associação e esperar pela oportunidade da publicação. Além disso, deveria haver um mínimo de controle de qualidade das receitinhas, já que as que foram publicadas parecem bem feitas. São mais de mil e quinhentas receitas ensaiadas em casa e compiladas numa publicação de quase seiscentas páginas e que se me afigura interessante como memória da nossa cozinha popular do final do século passado. Um doce da nossa tradição conventual de senhoras que tinham muito tempo livre e muitas gemas de ovo, mas aqui numa versão mais ou menos contida.


4 gemas
 3 dl de água
2 ovos inteiros
300 g de açúcar
canela em pó a gosto
150 g de miolo de amêndoa

Leva-se a água a ferver e junta-se o açúcar, formando um ponto pouco puxado. Junta-se o miolo de amêndoa ralado e deixa-se ferver mais um pouco. Retira-se do lume e batem-se bem os ovos e as gemas. Deixa-se arrefecer a calda um bocado e juntam-se os ovos. Leva-se de novo ao lume brando até cozer os ovos, mexendo sempre. Deita-se o doce numa taça ou em taças individuais e deixa-se arrefecer. Polvilha-se com canela a gosto e querendo, com amêndoa palitada.


1 comentário:

  1. Um pecado é o que o teu doce é...
    Anda-se muito guloso e natalício por aqui!
    Beijinhos.

    ResponderEliminar