sábado, 31 de janeiro de 2009

Dois Vinhos para o Quotidiano

Estes dois vinhos foram recentemente provados e afiguram-se boas escolhas.
O Muralhas de Monção é daquelas coisas que são produzidas às centenas de milhar e que nunca me tentou muito; pelo preço - € 3,49 - costumo arranjar melhor. Além do mais, acho escandaloso vê-los sistematicamente a € 10,00 nos restaurantes. Contudo, na colheita de 2007, o vinho aparece mais fresco, com uns aromas e acidez mais interessantes. Muito melhor que colheitas anteriores, tem assim, uma boa relação qualidade/preço.
Já o Saes colheita exclusiva 2007, engarrafado por Álvaro de Castro, é um exclusivo Pingo Doce. No contra-rótulo não faz menção a castas, proveniência das uvas ou vinificação. Elegante, um pouco curto, ainda assim é um Dão com boas apetências gastronómicas (por € 3,00…) e que acompanhará bem alguns pratos, como um cozido.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Croque Nhoc

Chamei croque nhoc a este snack, porque é algo entre um croque monsieur e uma francesinha.
Torrar pão (pão mesmo, daquele que é amassado e feito no forno) ligeiramente. Deitar uma fatia de carne assada (pois, sobras, que é bom... - usei supremo de frango) sobre o pão, outra fatia de pão, uma fatia de queijo (usei mistrura de cabra, vaca e ovelha da Serra do Rabaçal).
Fazer uma base com cebola, tomate e azeite, juntar vinho branco, deixar apurar, ralar com a varinha e aromatizar (usei apenas pimenta preta). Deixar o molho reduzir, deitar por cima da sanduiche e levar ao forno (fiz na cloche).
É um snack simples e fácil de fazer; bem fixe para acompanhar uma cerveja gelada ou num jantar ligeiro com uma salada.






segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Picanha Luso - Brasileira

Tinha comprado um naco de picanha já fatiada e resolvi fazê-la assim:

Levei batatas pequenas a assar com pele na cloche; selei a carne em azeite e reservei…
Quando as batatas assaram, abri-as e dispus uma camada no fundo de um tabuleiro de barro; juntei alho laminado, pimenta preta e louro. Fatiei a picanha e deitei por cima da camada de batatas; “reguei” com o azeite onde selei a picanha.
Com as restantes batatas fiz uma nova camada por cima da carne, reguei com mais azeite e levei a forno quente (180º C).

Ficou um prato interessante, com o sabor da carne a entrar nas batatas e os aromas do alho e do louro a intrometerem-se no conjunto. Acompanhou com uma simples salada de alface servida à parte. Dei-lhe este nome porque me apeteceu…
Ah, e um Sogrape Reserva Alentejo 2000 (que já não há) ligou muito bem.






Uma Canja de Galinha by me...

Nada de especial, mas se a galinha fôr daquelas mesmo muito boas, pode-se fazer uma "sopa" fantástica.
Faço assim: numa panela deito galinha (ou o que restar dela se aproveitar os supremos e pernas) com miudos, cebola (fundamental para "aveludar" o caldo...), e louro (há sempre a opção de juntar um pouco de chouriço). Deixar a galinha cozer, retirar, desossar e libertar de pele (partindo em pedaços pequenos), coar a água da cozedura, juntar a cebola e passar a varinha.
Levar ao lume e juntar a carne da galinha, deixar ferver, deitar massa e salsa picada grosseiramente; desligar o lume e juntar uma casca de limão (faz uma grande diferença no sabor final).
Quando a massa estiver cozida, servir.

É um dos pratos mais reconfortantes que conheço. Esta versão é muito diferente das que se servem nos restaurantes no almoço de Domingo, com o "caldo" quase clarificado e a "carne" desfiada; é muito mais substancial e deliciosa.



domingo, 25 de janeiro de 2009

De Volta ao Novo Rumo

Na sequência do post anterior, o Restaurante foi (re)visitado, desta vez com BYOB, anuído pelo Proprietário - levou-se um fantástico Herdade do Meio Garrafeira 2004. Das entradas destaco umas belas pataniscas de bacalhau e uma vitela no forno com legumes (escandalosamente saborosa, merecia honras de prato principal...). Do prato escolhido, um tournedo de vitela com batatas a murro, estava excelente.
Lá voltaremos...




sábado, 24 de janeiro de 2009

Um Jantar Inusitado no Novo Rumo

Há algum tempo recomendaram-me a cozinha do Novo Rumo, na Maia.
Primeira impressão: menú interessante, mas sem vinhos à altura e os poucos, acima do "budget".
Acabou por se comer um belo cabrito no forno com um Herdade Grande tinto de 2004. Belo jantar, a um preço cordato, sem dúvida a voltar...



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Frango Recheado no Forno By Me...

Um frango do campo recheado com uma mistura de cebola picada, salsa, chouriço, bacon, queijo, um pouco de batata em puré (para ligar a mistura) e maionese e levado ao forno com um fio de azeite para alourar a pele, devidamente borrifado com cerveja constitui para mim uma das melhores formas de preparar estas aves...

Este ficou uma delícia.




Variações sobre o Pêche Melba

Esta é a versão “supermercado” de uma sobremesa de belo efeito criada em Londres em 1892 por Auguste Escoffier e dedicada á cantora Australiana Mellie Melba.

Foi feito com pêssegos em calda, gelado de baunilha e doce de framboesa. É daquelas coisas a que se pode chamar “gourmet low-cost”.


Quinta de Foz de Arouce 91 e 93 - Uma Ode à Baga

Os vinhos da Quinta de Foz de Arouce, na Lousã são dos mais cotados vinhos Portugueses. João Filipe Osório, sogro de João Portugal Ramos produz nesta quinta um elegante branco (com produções baixíssimas – 1000 garrafas em 1995) e um tinto que a partir de 2001 se desdobrou em dois, com o aparecimento do “Vinhas Velhas de Santa Maria” nas colheitas de 2001 (bastante interessante), 2003 (absolutamente soberbo) e 2005 (com um estilo ainda mais afinado e aristocrático que o 2003). Talvez saia para o mercado o 2006 (que tive o privilégio de provar há algum tempo).
A consistente qualidade e o grande potencial de evolução destes bagas feitos num sítio absolutamente improvável aconselham que se vão guardando algumas garrafas para acompanhar pratos especiais. Foi o caso destas colheitas de 1991 (do qual se fizeram 14000 garrafas) e do 1993 (5500 garrafas).
Estas variações de produção atestam bem do cuidado com o vinho que é posto à venda e que justificou o aparecimento de um novo rótulo, caro (€ 55,00 o que o atira para um patamar de excelência onde andam os rótulos mais cobiçados do Douro, Dão ou Alentejo) e raro.
Estes dois vinhos estavam de perfeita saúde e prontos para aguentar ainda muitos anos. Valem efectivamente que se espere uns anos para que eles mostrem a sua excelência.


Várias lendas atestam a existência de vinhas e vinho nas margens do Rio Arouce.
Assim, conta-se que o rei Arunce no seu castelo de Arouce, hoje castelo da Lousã, escondia dos seus inimigos entre os seus bens mais preciosos, tais como a sua filha, a princesa Peralta o já então famoso vinho de Arouce.
Conta-se também que o famoso cavaleiro Furtado, segundo a lenda, senhor desta casa, teria apostado pipas de vinho Foz de Arouce, no caso de não conseguir roubar uma bandeira espanhola ao rei Filipe II.
Hoje propriedade do IV conde de Foz de Arouce, a quinta dispõe de cerca de 6ha de vinha instalada em solo xistoso e as castas são oriundas da Bairrada, com predominância da Baga.
(do contra-rótulo).


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Porco em Vinho Tinto

Esta forma de preparar uma peça de porco é bastante simples e resulta muito bem. No tacho de barro, deitei cebola, alho, um pouco de banha de porco, tomate e pimento vermelho. Temperei com um pouco de sal, louro, pimenta e cravinho, juntei uma peça da pá de porco e vinho tinto. Deixei estufar em lume baixo até a carne estar macia. Acompanhei simplesmente com legumes cozidos e com um Cunha Martins Reserva de 2004.




domingo, 18 de janeiro de 2009

O Melhor Branco Português?

Mário Sérgio Alves Nuno é um senhor que na Quinta das Bágeiras, Fogueira, Anadia, faz vinhos tintos, brancos, espumantes e uma aguardente velha que são obrigatória referência para qualquer enófilo que se preze.

Este Branco Garrafeira de 2005, "nasceu nas vinhas velhas da Quinta das Bágeiras da combinação das castas Maria Gomes e Bical. (...) Das 3249 garrafas esta tem o nº 2073." (no contra-rótulo).

Confesso que já bebi muitos brancos de referência (e em 2007 houve muita excelência na colheita) mas poucos me deixaram esta impressão de "estar a beber o sol". Do alto da sua raridade e dos 14º magnificamente integrados com o corpo e acidez, proporcionou uma prova de grande efeito.

Foi o acompanhamento perfeito para um belo polvo à lagareiro.



sábado, 17 de janeiro de 2009

Uma Excelsa Açorda de Bacalhau

Esta açorda, da qual eu não posso dizer mal, ficou excelente…
Escalfei lombos de bacalhau, enquanto retirei o miolo a um belo pão de Mogadouro (tadito, ficou quase uma semana na cozinha a endurecer – e guardei a côdea…). Quando o bacalhau estava pronto, retirei pele e espinhas e lasquei. Reservei o bacalhau e deitei o miolo do pão na água do bacalhau.
No tacho, deitei azeite, alho esmagado, cebola picada, pimento fatiado fino e pimenta preta moída e deixei a confitar; juntei as lascas do bacalhau, moscatel de Setúbal (fraquinho) e subi o lume para médio. Quando parte do vinho reduziu, deitei o pão e fui mexendo…
Quando a açorda estava com uma boa consistência, juntei mais da água da cozedura do bacalhau e dois ovos para escalfar. Piquei salsa e quando os ovos estavam “cozidos” (pois, fui mexendo com a colher de pau e desfiz os ovos – no problem) juntei a salsa e deixei apurar, sempre a mexer. Deitei a açorda na côdea do pão, reguei com o resto da água da cozedura do bacalhau e levei ao forno (pré-aquecido a 170º C) para harmonizar sabores.

Acompanhou um belo “Gadiva” branco 2008…












segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um Pastelão à Moda de Sevilha

Esta variação de uma omelete é bem interessante. Ao contrário da tortilha, leva batata cozida e esmagada (em vez da frita em cubos...) com cebola picada e carnes como chouriço e bacon cortados em pedaços muito pequenos.
É tão bom que se justifica acompanhar com um Quinta do Ribeirinho 1ª escolha de 1996 do Engº Luís Pato, uma pérola da enologia Portuguesa...



domingo, 11 de janeiro de 2009

Vitela Mirandesa

Ir a trás os montes e não comprar vitela é mais grave que ir a Roma e não ver o Papa...
O restaurante "Artur", em Carviçais, Torre de Moncorvo é uma Catedral da Cozinha Transmontana. E onde é que compram a carne? No mesmo sítio onde comprei esta.
No tabuleiro de barro, com um fundo de azeite, um pouco de alho esmagado, sal e pimenta, juntamente com umas batatas novas com pele, assa a 170º C e, já no prato, com couve cozida, esta vitela revela-se uma maravilha.
Salmão fumado, paté de veado com cognac (era o que dizia no frasco e até é bem fixe) e alheira assada a acompanhar um fantástico Moscatel Roxo Rosé 2007 da casa José Maria da Fonseca (o melhor rosé que já bebi) e com a vitela um excelente Herdade do Esporão Private Selection 2003 e à sobremesa um Ferreira branco 10 anos que se revela cada vez melhor.