domingo, 31 de maio de 2009

Quinta do Infantado Reserva João Lopes Roseira - From Gontelho with Love

A Quinta do Infantado situa-se em Gontelho, Sabrosa. Já tinha falado aqui do Reserva Dona Margarida. O Reserva João Lopes Roseira é mais circunspecto, mais "duriense" (pleonasmo estúpido, mas pronto) e está à venda a menos de € 8,00... sem dúvida, a experimentar. Nota Pessoal: 16,5.

Camarões Tigres Grelhados para um Pink Day

Confesso que estou a gostar destes dias das cores, que a Mary sugeriu.

Parece que hoje é um dia para cor de rosa, mas também é um dia quente e dia de final da Taça de Portugal. Assim, para ver o jogo (nem vi quase nada, o Lizandro marcou ao sexto minuto e pronto), resolvi fazer ums camarões tigres grelhados.



Abri os camarões ao meio, retirei a tripa e deixei a marinar com alho, limão, pimenta preta, sal marinho e um pouco de whisky.



Levei à chapa bem quente e com um pouco da azeite e deixei grelhar os camarões; juntei o líquido da marinada e deixei reduzir em lume brando.



Entretanto, fiz um molho rosa com maionese, pimentão doce e pimento e reservei no frio. Servi sobre pimento vermelho fatiado fino, com rodelas de limão e o molho rosa.



Acompanhei com um Alvarinho Portal do Fidalgo 2007, mas ia muito bem com um espumante bruto rosado...



O Portal do Fidalgo é um dos meus Alvarinhos de referência. Curiosamente, este 2007apresentou-se algo apagado, a esconder aromas. Muito fresco na boca, mas curto e pouco exuberante. Nota pessoal: 15,5.



And a Pink Panther for a Pink Day...

Um Supremo de Frango Supremo num dia de Supremo Calor com um Supremo Casa de Santar Reserva Branco 2007

O Supremo do Frango é uma das minhas partes preferidas e a que se presta às melhores preparações. Uma das minhas favoritas é à "moda de Kiev"; contudo, com este calor, apeteceu-me um supremo, apenas estufado e com um molho frio: maionese, mostarda e um pouco de tabasco. A acompanhar com batatas fritas e alface (com azeite e flor de sal). Para um Casa de Santar Reserva Branco 2007.




Este Casa de Santar é um branco do Dão que aparece nesta edição de 2007 mais quase tudo que na anterior de 2006... mais corpo, mais álcool (14º), ainda assim com uma bela acidez e belas notas de barrica; ainda muito jovem e pujante, a merecer guarda. Nota Pessoal: 16.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Atum para Sauvignon Blanc - Azeite e Lavradores de Feitoria

O Atum é um dos meus peixes preferidos; tenho pena que o "receituário" tradicional Tuga seja algo limitado... em bifes, de cebolada ou tomatada, salpresado, pouco mais.

Este bife foi preparado a pensar num vinho que já provei algumas vezes (em edições anteriores), o Lavradores de Feitoria Sauvignon Blanc 2007. Sempre se mostrou muito bem ao nariz, com os aromas vegetais da casta bem marcados, na boca a pedir sempre alguma "untuosidade" na comida. Resolvi saltear o bife em azeite e servir com batatas e feijão verde cozidos, regados com bom azeite de trás os montes.




A harmonização foi excelente, com o vinho a denotar o lado vegetal, o azeite e o atum a contrabalaçarem e a permitir maior brilho ao vinho. Este 2007 parece estar ainda mais bem conseguido que as colheitas anteriores. Nota pessoal: 16,5.



mais sobre o vinho no blogue do  frexou...

Quinta de Sardonia 2003

Há coisas estranhas no mundo do vinho. Bastariam mais uns metros, uma escassa centena de metros, para que os vinhos Quinta Sardonia assentassem arraiais dentro dos limites da denominação Ribera del Duero. Claro, comercialmente o nome seria muito mais sonante que Vino de la Tierra de Castilla y León, nome vago e sem apelo sem história e sem brilho. Mas então, o que fazer quando os vinte hectares da Quinta Sardonia, embora fora da denominação, provaram ser francamente superiores aos terrenos adjacentes, esses sim com direito à denominação de origem? Optar pela denominação mais segura e prestigiada, apesar dos solos abertamente inferiores, ou, arrojadamente, esquecer as sentenças comerciais e optar pelo melhor terroir? A decisão, como bem se vê, apesar de difícil, foi mais que acertada!

Mas também, o que esperar de um grupo de nove amigos loucos pelo vinho, autênticos freaks do vinho, um grupo misto de fanáticos e visionários, ansiosos por criar um dos grandes vinhos de Espanha? Não olharam, nem olham, a meios, e nunca cederam perante qualquer contrariedade. Move-os o coração e a ilusão de fazer um vinho monumental, as ganas de mostrar que a opção de escolha pelo terroir foi acertada. Não deixaram nada ao acaso. Começaram logo por arregimentar o ultra famoso Peter Sisseck, o maestro mágico de Pingus, acompanhado a tempo inteiro pelo jovem enólogo francês, Jerome Bougnaud. Completaram um estudo geológico exaustivo de cada parcela, estudo que lhes reservou surpresas inimagináveis. Identificaram onze tipos de solos, todos únicos, que deram génese a sete castas, plantadas entre os 700 e os 800 metros de altitude, a meros 400 metros do rio Douro. Gastaram muito dinheiro na vinha e muito pouco no embelezamento da adega, moderna e funcional, mas austera e sem excentricidades.
(retirado daqui)

O vinho espanhol Quinta Sardonia 2003 ganhou em 2005 no Pinhão, Alijó, a Prova dos Dois Douros, uma iniciativa que pretende eleger os melhores tintos portugueses e espanhóis produzidos nas margens do rio Douro.
A Prova dos Dois Douros, organizada pela publicação portuguesa Revista de Vinhos e a revista espanhola Sobremesa, tem como objectivo a eleição, mediante uma prova cega, dos melhores vinhos tintos produzidos na região do Douro.
Nesta segunda edição do evento, o vencedor foi o vinho espanhol Quinta Sardonia 200, ficando em segundo lugar os vinhos português Pintas 2003 e espanhol Aalto P.S 2001.
Os portugueses Quinta do Vallado Reserva 2003 (Portugal) e Lavradores de Feitoria Grande Escolha 2003 conquistaram o terceiro lugar entre os 30 vinhos participantes nesta prova, designadamente 15 portugueses e 15 espanhóis.
Os vinhos participantes foram escolhidos pelas redacções de ambas as revistas, tal como o júri da competição, constituído por cinco elementos de Espanha e cinco de Portugal.
A edição 2005 da Prova dos Dois Vinhos Douros realiza-se pela segunda vez consecutiva, depois de uma primeira edição que decorreu na cidade espanhola de Tordesilhas.
(retirado daqui)






From Spain, with love... e a valer os € 55,00 que paguei. Nota pessoal: 18,5

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Frango com Molho de Caril by me

Uma das minhas preparações de frango preferidas, para além do dito estufado, assado no forno, (e de churrasco, pois, ainda vai aparecer por aqui), guisado, em "jardineira", para não falar das preparações mais requintadas, é mesmo com caril...

Este foi feito assim:

_meio frango, cortado em generosos pedaços e posto no tacho onde estava azeite a aquecer...

_um salpico de sal e deixar em lume brando o frango (com a pele virada para baixo), e ir virando, sem alourar (mas a soltar as gorduras); juntar cebola e deixar a estufar, lentamente, até o frango estar macio.

_reservar...

_retirar os pedaços de frango e deitar num tabuleiro de barro - vai ao forno pré-aquecido a 170ºC para alourar a pele - com um pouco do molho do estufado.

_com mais um pouco do molho, prepara-se um arroz (como se fosse um risotto, mas sem caldos nem queijo).

_com mais um pouco do molho noutro tacho, junta-se vinho branco e caril, deixa-se fervilhar enquanto se mexe; deixa-se reduzir e reserva-se.

Servi o "arroz" à parte, com o frango cercado com caril...



Escolhi um Porca de Murça Branco 2007... um Douro, Vegetal! Ainda assim, sem grandes expectativas, depois de ter visto a nota de prova dos manos Carvalho, aqui, mas a revelar-se correcto, para o preço (cerca de € 3,00)

domingo, 24 de maio de 2009

Pernil de Porco Estufado para Quinta do Cotto 97

Pernil de porco... Uma bela parte do bácoro para estufar.

Deitei um pouco de banha de porco e cebola num tacho, juntei o pernil e deixei alourar. Juntei cravinhos e Vinho do Porto a cobrir a carne e deixei a estufar em lume baixo durante cerca de duas horas. O molho reduziu e a carne ficou com a pele macia e o interior gelatinoso. Para acompanhar com batatas cozidas.



Este prato foi feito a pensar num Quinta do Cotto 97. Este vinho, feito por Miguel Campalimaud, não teve edição do "Grande Escolha" em 97. Foi referenciado como um dos 100 melhores vinhos portugueses em 1999 por José António Salvador, que, na altura se refere a este vinho como sendo "quase um Grande Escolha". Desde que saiu para o mercado (custava 2025$00 - € 10,10 em Maio de 99) foi sendo provado várias vezes e sempre se lhe reconheceu potencial de guarda. Muito correcto, ainda pujante, foi uma bela companhia para este pernil de porco.

sábado, 23 de maio de 2009

Mais uma Parceria Virtual - Sopa de Chocolate com Gelado de Hortelã, Azeite e Flor de Sal para Quinta do Noval LBV 91

Depois de uma parceria virtual com uma sobremesa da Isabel e um vinho sugerido por mim (aqui), a Isabel desafiou-me a propôr um vinho para este belo gelado...



Juntar chocolate e azeite a um gelado com hortelã e ainda por cima a intensificar os sabores com a pureza da flor de sal, constituiu um grande desafio para a escolha de um vinho.
É que esta proposta pode ser uma entrada de grande estilo ou uma elegante sobremesa; ainda assim, pensei num Vinho do Porto… não num Vintage, mas num LBV, da Quinta do Noval, feito na vindima de 91…




parece-me excelente wine-pairing...

Bacalhau à Bra(s)ga?

Pois, parece mesmo que o peixe se presta às tais mil e tal preparações...

Este nasceu de um cruzamento entre as preparações à Brás e à Braga e foi feito assim:

1 - cozi batatas brancas sem pele;
2 - escalfei bacalhau;
3 - cortei cebola às rodelas;
4 - confitei a cebola em azeite até estar macia, juntei um pouco de vinho do Porto e deixei ao lume até estar crocante;
5 - deitei o bacalhau sem peles nem espinhas numa frigideira com um fio de azeite e juntei ovos (fui mexendo até os ovos cozerem e se apresentarem cremosos);
6 - cortei as batatas em paralelepípedos e alourei em óleo;
7 - empratei e servi...




Este prato resultou muito bem, com a cebola a absorver os aromas do porto, o mexido de ovos com bacalhau a ficar "no ponto" e as batatas, excelentes...

Para acompanhar um belo branco de 2008, o Adega de Pegões colheita seleccionada, vendido a um preço muito atractivo (€ 3,19).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Corvina com Grão e Pedra Cancela Malvazia Fina e Encruzado 2008

Já tenho falado por aqui algumas vezes dos vinhos Pedra Cancela, do Eng. João Paulo Gouveia. Os tintos Reserva e Touriga Nacional são excelentes; contudo, os brancos, feitos com Malvasia fina e Encruzado, não cessam de surpreender. O branco da colheita de 2007 era/é extraordinariamente elegante e com uma excelente aptidão gastronómica. Em relação ao 2008, tinha-o provado há pouco tempo (pouco depois de ter sido engarrafado) e fiquei com a ideia que seria ainda melhor que o 2007; muito novo, muito exuberante, a merecer uns meses de espera...

Se a vontade de voltar a provar este vinho era grande, maior ainda era a vontade de procurar um prato para uma bela harmonização. Lembrei-me da corvina, marinada em sal e limão, passada por farinha de trigo e frita. Com grão de bico e um fio de azeite a acompanhar. A delicadeza da corvina e a untuosidade do grão e do azeite ligaram muito bem com a juventude e exuberância deste fantástico branco do Dão. (nota pessoal: 16,5)


Niepoort Moscatel do Douro 2000 e Hetszolo Tokaji, Azsu 3 Puttonyos 1999

Muito curiosa esta prova... O Moscatel do Douro 2000, feito pelo Dirk Niepoort e um Tokaji Azsu 3 Puttonyos de 1999.



do moscatel...

Os moscatéis do Douro mais conhecidos (e consumidos) são os de Favaios; contudo, só conheço os correntes e nem vale a pena perder tempo com eles. Este 2000, by Mr. Dirk Van der Niepoort, começa por desconcertar; a garrafa assemelha-se a uma de cerveja (são 375 cl), mas depois de aberta, mostra um vinho com a exuberância aromática da casta (embora com um perfil muito diferente de alguns moscatéis de Setúbal - mais sisudo, menos comunicador), com uma bela acidez, muito fresco e com uma inusitada apetência para ser consumido a solo. Excelente final, para um moscatel tão novo. A consumir de preferência numa esplanada a olhar para o Douro. Nota: 17,50.

do tokaji...

Tata-se de um Vinho Húngaro Aszu 3 puttonyos (feito com uvas botrytizadas, com 60 a 90 g/l de açúcar e um estágio mínimo de 5 anos feito em madeira usada). Elegante, muito fresco, a pedir companhia (harmonizou muito bem com um clafoutis de cerejas de Resende), com um final longo. Nota: 17,25.

(mais informação sobre os Tokaji, aqui)

Bolo de Chila e Figos Secos

Este bolo é daquelas coisas "nice and easy"... Fácil de fazer, mas uma verdadeira tentação.

Usei quatro ovos, cerca de 400g de açúcar amarelo, cerca de 100g de doce de chila, 200g de figos secos picados e duas colheres de sopa de farinha de trigo. Misturei tudo e levei ao forno a 150º C numa forma untada com manteiga durante cerca de 15 minutos.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Tournedos e Massada de Paio de Porco Preto

Estes deliciosos tournedos de vitela mirandesa foram simplesmente selados numa frigideira com um fio de azeite e temperados com flor de sal. A excelência da carne dispensa outros tratamentos. Para acompanhar, uma massada com vitela, paio de porco preto e couve branca.





Bebeu-se um Cartuxa de 1996, ainda a dar muito boa conta de si, depois de filtrado.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Navalhas numa Viagem das Rias Baixas a Rueda



As navalhas são dos meus moluscos preferidos... preparadas numa cataplana com um fundo de azeite e alho em lume forte para abrirem e depois "suadas" com um pouco de vinho branco e um toque de coentros frescos antes de servir, são uma maravilha.




Estas foram feitas a pensar em dois belos vinhos brancos de Espanha...

O primeiro, um Albariño das Rias Baixas, um dos grandes Alvarinhos Espanhóis, o Fillaboa 2005 e o segundo, um Verdejo de Rueda, o Marquês de Riscal 2007.

Em relação ao Fillaboa 2005, apesar de dar sempre boa conta de si, mesmo em concursos Ibéricos, depois de o provar mantive a minha modesta opinião em relação aos Albariños e que é esta: beber cedo e máinada... Apresentou-se com uma bela cor, nada evoluída; no nariz, muito fechado, na boca, curto. quase um "flop" (nota: 14,8)

Já o Verdejo de Rueda (e com as expectativas mais acima) apresentou-se muito delicado e complexo no nariz, mais cheio na boca, com um final médio. Bem feito sem ser convincente mas a demonstrar boas aptidões gastronómicas (nota: 16)

domingo, 17 de maio de 2009

Yellow Day by Night (golden to me)

Apesar de estar mesmo no fim do dia de Domingo, que a Mary definiu como um dia amarelo na blogosfera, ainda deixo a minha cooperação...

Estive fora neste fim de semana, mas ainda me aventurei a lançar uma proposta.

Assim, num tabuleiro, deitei cebola e alho, bacalhau, azeite (um ingrediente secreto de outra cor) e levei ao forno a 170º C; cortei broa em fatias finas e reservei.

Quando o bacalhau estava a começar a "alourar", baixei o forno para 150º C e juntei limão em rodelas finas para "pseudo-confitar", recortei a broa em paralelepípedos e adicionei. Virei o bacalhau e deixei a broa alourar. Empratei e servi com um Vinha Grande branco 2005 (amarelo palha) e uma salada.



Pá de Porco no Forno e Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2000 e 2001 em Prova

O Quinta do Monte d’Oiro Reserva 2000 exprime aromas exuberantes de ameixas pretas, pimenta, chocolate, couro e aquele toque de alcatrão tão característico dos seus ancestrais no norte das Côtes du Rhône. As notas minerais profundas acompanham a fruta bem específica. E o equilíbrio sensato da acidez, taninos e preciosa madeira onde estagiou proporcionam um vinho sólido e carnudo, de estrutura firme na boca e uma persistência muito prolongada.
O seu estilo elegante e opulento, a par da sua estrutura de base, imprime um sentimento de plenitude e aconselham-no para acompanhar pratos possantes de requintada elaboração. O seu bouquet de trufa torna-o próprio para acompanhar elaborações em que rescenda o aroma do diamante negro. O parceiro ideal para a corpulência deste vinho será a caça de pêlo, particularmente a lebre, o veado e o javali.
Ainda na sua versão jovem (até 2005/6) pode ser servido com um pato assado com azeitonas ou uns rins de porco à la creme, onde os distintos aromas e a sua poderosa estrutura equilibrarão os gostos delicados e as estruturas moelleux dos pratos.
Mas a excelência será adquirida após envelhecimento, na altura em que os aromas terciários farão jus à alta cozinha, como seja um foie gras salteado com castanhas, um faisão estufado, uma sela de borrego ou uma galinhola, em que o vinho suculento fará as honras a acompanhar as iguarias numa harmonia incomparável de gosto e sabor.
(José Bento dos Santos).



Que o Eng. José Bento dos Santos é um dos grandes produtores de vinho deste País, creio não restarem dúvidas a qualquer enófilo. As notas de prova dos vinhos e os prémios atestam-no (infelizmente os preços também). Que é um gastrónomo e excelente comunicador, presumo que não existam dúvidas.

Depois de ler o texto que ele escreveu sobre o seu Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2000, surgiu a vontade de o provar ao lado do "irmão" de 2001, numa mini-prova-vertical-com-duas-edições-do-vinho.


As harmonizações sugeridas pelo produtor (meritórias, sem dúvida) ficaram fora de questão (porque sim) e fez-se uma pá de porco desossada, com tâmaras (a rechear), alperces secos e maçãs, no forno, com azeite, alho, pimenta, pimentão, mostarda e vinho branco no forno. Ficou excelente...



A acompanhar, batatas novas cozidas e salada de rúcola, rabanete e alface.

Quanto aos vinhos (provados em sequência):

2000 - já evoluído (inesperadamente), com visível perda de aromas, algo fino na boca e com um final mais curto do que esperava. Ainda assim, a boa integração da madeira e os taninos redondos, aliados à indubitável aptidão gastronómica: 16,5 pontos.

2001 - ainda muito marcado pela madeira, algo fechado, talvez a precisar de alguma guarda; pelo vigor: 17 pontos.

Visita à Vinha Paz - Silgueiros, Viseu

Os vinhos “Vinha Paz” são produzidos e engarrafados por António Abranches Canto Moniz. As uvas são provenientes das vinhas de Leira da Tremoa e da Barra em Silgueiros, Viseu e são vinificadas nas centenares adegas da Casa da Carreira Alta em Oliveira de Barreiros, também em Viseu.
São vinhas na encosta Norte do Dão com exposição sul nascente numa àrea respectivamente de 7,5 e 3 ha, onde se podem ver as Vinhas Velhas com mais de 40 anos e Vinhas Novas com 5 anos, recentemente reestruturadas. As castas dominantes são: a Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro Preto e Tinta Roriz.
retirado daqui.

As produções do Dr. Canto Moniz cada vez mais se afirmam como referências incontornáveis do Dão. Com efeito, quer com os Colheitas, pela sua excelente relação qualidade e preço quer com os Reservas, este Produtor tem mostrado que os seus rótulos são valores seguros. Em 2006 surge um novo rótulo, o Vinha Othon (desejado e cobiçado) e o primeiro branco da vinha está pronto para o mercado.

Ficam algumas imagens de recente visita às vinhas e um grande obrigado ao Henrique Canto Moniz e ao Dr. António Canto Moniz pela disponibilidade em terem proporcionado esta visita.




António Canto Moniz, o Produtor.



As vinhas








Os vinhos.


Migas de Broa com Feijão Frade e Grelos e Choquinhos Salteados para me e jbc selections - Uma Prova Vertical

Há cerca de dez anos atrás Maria Emília Campos era directora comercial da Churchill's e João Brito e Cunha um enólogo recém chegado à empresa como consultor para o Vinho do Douro.
Ambos com uma enorme paixão pelo Douro...

Maria Emília Campos tinha na altura a sua própria empresa de importação de vinhos (ME Selections) e João Brito e Cunha, para além de produtor (Quinta de S. José) era já um renomado enólogo (Lavradores de Feitoria.

Desta paixão que ambos nutrem pelo Douro, resulta uma parceria para fazer um vinho, o me e jbc selections, cuja primeira edição surge na vindima de 2001 e com uma produção de 5000 garrafas. Em 2002 sai a segunda e ultima edição deste vinho.

Quase sete anos depois, Maria Emília Campos é a directora de marketing e vendas da Churchill's e João Brito e Cunha dirige o projecto de vinhos da Quinta de São José, para além de ter afirmado em definitivo os seus vinhos "Ázeo".




Contudo, este projecto me e jbc selections, apesar de ter acabado, deixou os vinhos (a descansar, a repousar, para serem provados em conjunto numa "vertical" de um rótulo/vinho que conheceu apenas duas edições/colheitas).
Feito por dois grandes conhecedores dos "terroirs" do Douro, em edições limitadas (e praticamente esgotadas no mercado), em anos completamente diferentes (o quente e "consensual" 2001 e o ano "maldito" 2002).




Proposta de harmonização para dois vinhos que apenas partilham a Autoria? Difícil, transversal, embora pouco evidente, talvez. Umas migas de broa com feijão frade e grelos a acompanhar choquinhos salteados. Excelente wine-pairing para estes magníficos vinhos...

Nota: começou por se provar o 2002; pujante, já com os taninos bem domados, com as notas de barrica excelentes e uma fantástica aptidão gastronómica - mais um monstro em "ano maldito" (nota 17,75). O 2001, mais fechado, mais elegante, mais tudo a provar tudo o que sobre ele já se tinha dito (nota 17,25).

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dão Juta Caves Velhas 1990

Um Dão despretensioso, à antiga. Feito com Touriga Nacional e Rufete, com 12º e a juta a vestir a garrafa. Ao decantar surgiram alguns aromas pouco agradáveis, a denunciar uma morte prematura.

No entanto, nem a evolução da cor para quase tijolo, nem rolha quase a desfazer-se, nem a falta de corpo do vinho me demoveram da prova... Foi longa a espera, ao fim de duas horas no decanter estava sem aromas, só se notava o "pouco" álcool... Ficou a dormir vinte horas e depois dos iniciais aromas desegradáveis, o vinho estava outro... Evoluído, quase não se notavam os aromas do tourigo, mas suave, com aromas a porto, mais pleno na boca, a conseguir harmonizar com queijos (cabra da Beira Alta, ovelha das Beiras e Estrela e, curiosamente bem com um blend de vaca, cabra e ovelha da Serra do Rabaçal).

Não foi uma prova épica, mas para um vinho corrente e honesto feito numa vindima há 18 anos atrás, até se portou bem... Coisas do Dão.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Frango na Púcara



O frango na púcara é, para mim, uma das preparações mais deliciosas com frango.
Numa púcara, deita-se um pouco de azeite, cebolinhas novas, tomate bem maduro (ou polpa de tomate), alho, um pouco de pimento vermelho, umas tiras de presunto, um frango em pedaços, vinho branco, pimenta e leva-se a forno bem quente até o frango estar macio. Serve-se.

domingo, 10 de maio de 2009

Lagarada/Tibornada de Polvo

Tradicionalmente ligadas aos trabalhos do lagar, estas preparações consistem no essencial em azeite, alho e pão (ou broa) com bacalhau (grelhado) e batatas (assadas), tudo misturado a quente; a variação feita com polvo é excelente.

Depois de cozer o polvo, passa-se pelo fogareiro e leva-se ao forno com broa e batatas assadas com pele, tudo regado com azeite e alho.


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Francesinha by me

Ainda à pouco tempo tinha falado das francesinhas. Detesto aquelas francesinhas feitas com pão de forma, com um "recheio" daqueles que não lembram ao diabo (sola, fiambre, chourição), um molho insípido e queijo de "plástico".

Assim, fiz dois paralelepípedos com "Pão de Carção" (transmontano, excelente) e recheei com um crocante de alheira, um bife de vitela (alto, de vitela mirandesa) e e um outro crocante de bacon. Juntei queijo de ovelha e o molho, feito com uma base de azeite, cebola, alho, tomate e vinho branco e deixei reduzir; juntei pimenta, mostarda, molho tabasco e whisky Jack Daniels. Deixei apurar o molho em lume brando, levei ao forno a derreter um pouco o queijo e servi.