quarta-feira, 22 de julho de 2009

Bacalhau Cozido com Marquês de Borba Reserva 2000
















Desde que saiu a Revista de Vinhos de Dezembro de 2008 que pensava em acompanhar um bacalhau cozido com um tinto. Não que fosse uma total novidade, mas porque venho relegando os tintos para “outros bacalhaus”.


Tenho por hábito dizer, por graça, que com bacalhau bebo tinto às Segundas, Quartas e Sextas e branco às Terças, Quintas e Sábados (ao Domingo, também. Faz-me lembrar a anedota das vacas brancas e vacas pretas), para significar que isso depende muito do modo como é preparado o bichinho.

Enquanto me preparava “psicologicamente” para a coisa, o tempo abriu, aqueceu (será que foi mesmo?), e veio o tempo dos brancos. Que bom tempo. Por esta altura, quem se habituou aos vinhos à temperatura certa (ou quase) tem uma certa dificuldade em enquadrar um tinto sem que isso seja muito bem programado (o tempo de refrescamento é maior – é preciso ter o armamento todo afinado) e a “onda” é outra.

Hoje o dia nasceu de cú para o ar, como todos os dias que nascem como o de hoje, seja qual for a época do ano. Invernoso, como Janeiro e Fevereiro não desdenhariam, e bastante mais frio.

Uma proposta de bacalhau cozido e... luz!!! Vai ser hoje! O “bacalau” vai ter a companhia de um tinto com uma idade de respeito, pelo menos para a grande maioria dos vinhos portugueses.

Coube-lhe como parceiro um belíssimo Marquês de Borba Reserva 2000.

A cor rubi intensa, sem qualquer sinal da idade, insinuava uma boa longevidade pela frente. No nariz, as notas de especiarias e uma leve, brevíssima e muito esporádica nota de pimento e algum cacau/chocolate. Sedoso, macio e muito elegante. Acidez como não é muito comum num vinho alentejano. Taninos de grande qualidade e final longo. Nota para quê? 17,5 a 18 valores (IMHO).

Parabéns ao João Portugal Ramos pelo extraordinário vinho que fez. Para mim, melhor que o Reserva de 1997 que provei há pouco mais de um ano.