domingo, 1 de maio de 2011

The dinner before the next another big day @ Nápoles with Baga and Dirk' s Friends | Chryseia e Poeira 2004




Dirk Niepoort é um dos grandes produtores de vinho Portugueses, um dos Douro Boys e também um dos Baga Friends. E o dia 30 de Abril prometia ser um dia em grande na sua bela Quinta, a de Nápoles, situada entre a Régua e o Pinhão, com mais de vinte produtores e seus vinhos em prova a anteceder um almoço volante com assinatura do Chef Rui Paula e posterior degustação de vinhos fortificados da Niepoort com o café.
Desse dia será dada nota em próximo post, já que este é acerca do dia anterior, mais propriamente do jantar de sexta, em Viseu e em casa do Gus.
Com a comida pré-definida (e superiormente preparada pela R, que é uma excelente cozinheira), coube-me a mim e ao Gus escolher os vinhos.
Para entrar com o pé direito no jantar, nada melhor (para mim) do que uma flute de champagne, sparkling wine ou espumante e assim, escolhemos um Jacob' s Creek Brut Cuvée, um espumante Australiano feito com Chardonnay e Pinot Noir. Sem a untuosidade que normalmente se associa ao Chardonnay nem a exuberância da fruta do Pinot, é um espumante bem estruturado, delicado mas com bom corpo, bolha elegante qb, boa acidez e muita frescura. Bebido a solo e depois a acompanhar uma tábua de queijos diversos, brilhou. Custa cerca de € 10,00 (este foi comprado no Jumbo de Viseu) e é um espumante a conhecer por qualquer adepto dos bolhinhas, desde que não compre apenas produtos que tenham o tal 560 no código de barras.

 

A seguir havia favas com chouriço (as minhas primeiras do ano) como entrada e que estavam excelentes, acolitadas por uma salada de agriões e coentros, seguidas de uma vitela assada do forno como prato principal. Macia e suculenta, deliciosa...


Para acompanhar, escolheram-se dois vinhos do Douro, de topo e do mesmo ano, o Chryseia e o Poeira 2004. Do Chryseia, penso que já o tinha provado, mas apenas retive uma prova relativamente recente e do post-scriptum (a segunda marca) de 2007. Do Poeira, lembro-me de ter gostado muito do 2001 e ter constatado que a edição de 2007 teve uns robustos 18,5 valores no painel de prova da RV. Refrigeraram-se as garrafas e decantaram-se.
Começou-se pelo Chryseia 2004, da família Symington em associação com Bruno Pratts. Feito com quase 2/3 de Touriga Nacional, sendo o restante de Tinta Roriz, é um vinho fácil de provar e de agradar a gregos e troianos, com tudo no sítio, bem feito e muito, muito agradável. Mas, mais do que um vinho de enófilos, é um vinho que fica bem na mesa do restaurante a atestar o bom gosto e a capacidade económica de quem o pediu, já que custando mais de € 40 na garrafeira, facilmente ultrapassa os € 100 (200?) no restaurante. Está num excelente momento de consumo, parecendo não justificar grande guarda.
Seguiu-se o Poeira, de Jorge Moreira. Este é um vinho para aficionados dos vinhos do Douro. Precisa de tempo em decanter, precisa de tempo no copo, precisa de atenção. Feito de uvas de vinhas velhas de castas misturadas plantadas em terrenos com exposição a norte e de uvas de vinhas mais novas de Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca, é um pot-pourri de Douro dentro do copo. Químico, mineral, telúrico, com notas de frutos vermelhos e de bagas do bosque, especiado, com a madeira (16 meses de estágio em madeira nova de carvalho francês) a amparar subtilmente o corpo do vinho, com uma cor ruby bem viva, com um comportamento exemplar na boca, com taninos subtis, com um longo final, é um dos grandes vinhos de 2004. Acresce que parece estar ainda a crescer em garrafa. Este 2004 terá custado cerca de € 35,00, mas as edições mais recentes estão abaixo dos 30. Um vinho de culto e a um preço cordato. Para mim, a estrela da noite. Belo vinho.


Para a sobremesa, uma surpresa da R. Claras de ovo, morangos e framboesas (as frutas congeladas) no copo da bimby, que resultaram numa mousse/espuma leve, fresca e muito agradável para limpar os palatos. Não mudei em nada o que penso acerca da máquina (e em síntese, é que não faz nada que não se possa fazer doutra forma e confesso que é risível a apresentação em alguns blogs da mesma preparação feita na bimby e da forma "tradicional"). Para auxiliar de cozinha está bem, para cozinha, falta-lhe tudo. Mas gostei da forma como as claras ficaram bem batidas e se integraram com os morangos e framboesas.

Depois dos palatos "limpos", uma sugestão algo radical de vinho, antes de se passar a um excelente café do Cabo Verde que o Gus e a R. trouxeram de lá depois de terem passado lá umas férias recententemente. O café, feito em cafeteira italiana, tem um excelente balanço entre as arábicas e as robustas, corpo médio e é portentoso de aroma. Acabei por beber o café e só depois me deleitar com o vinho, um Tokaji 5 Puttonyos, um colheita tardia Húngaro que apesar da frescura e acidez, pela quantidade de acúcar residual, ainda me deixou a pensar em possíveis mariadagens.
Belo jantar, belos vinhos, bela companhia, tudo a alegrar a alma para disfrutar em grande do dia seguinte, na Quinta de Nápoles.

1 comentário:

  1. Ora cá está um belo texto, como já nos habituaste, sobre um jantar maravilhoso na companhia de amigos que são a melhor coisa que temos na vida...estás de Parabéns por tudo!
    Beijinhos.

    ResponderEliminar