domingo, 11 de agosto de 2013

Entrecosto de Porco no Forno | Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2007


A ponta do entrecosto do porco é capaz de ser a mais saborosa das peças actualmente disponibilizadas na chamada moderna distribuição. Tem osso, cartilagem, pele (querendo) e presta-se muito bem a um assado de muito bom nível. 

Tabuleiro de barro, peça lá para dentro (tome-se uma ponta de entrecosto com cerca de um quilo para 4 pessoas, com um corte longitudinal, o chamado traçar os ossos), uns três ou quatro dentes de alho esmagado e picado em cima da peça, umas duas colheres de sopa de massa de pimentão, mistura de pimentas a gosto (costumo utilizar as cinco pimentas, branca, preta, vermelha, verde e rosa e esmago-as muito grosseiramente no almofariz, deixando algumas inteiras), duas malaguetas secas esmagadas, azeite e vinho branco qb. Rodeia-se a carne com batatas (pequenas, as ditas de assar, inteiras, ou maiores, cortadas, naturalmente - o importante é que que sejam mais ou menos do mesmo tamanho para assarem ao mesmo tempo) e leva-se ao forno. Pré-aqueci o forno a 150º C e deixei estar meia hora; nessa altura, virei a carne, reguei com o molho e deixei estar mais meia hora, voltei a virar, deixei ficar mais meia hora e repeti o processo até a carne estar bem dourada e as batatas macias. No meu forno, a 150º C precisou de quase duas horas e meia. Querendo acelerar o processo, a 170º C demora cerca de duas horas. Servi com feijão verde cozido.


Para acompanhar escolhi um vinho de que já tinha dado nota aqui, há quase três anos e meio, o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2007. Quase seis anos após a colheita continua em muito bom nível. Claro que pede arejamento e algum cuidado com a temperatura de serviço, ainda para mais com este calor. Garrafa aberta e com as notas da madeira a dominar, enfiei o vinho no decanter e deixei o decanter uns quarenta minutos no frio. Antes de servir, voltei a deitar o vinho para a garrafa e servi, com uma manga por perto...

Há um bom equilibrio entre a fruta e a madeira (de muito bom nível, já agora), os taninos estão presentes sem comprometerem, é um vinho escuro, concentrado e aveludado, muito bom e com boa aptidão gastronómica. Com um preço a rondar os vinte e cinco euros, não é barato nem para todos os dias, mas vale o preço pedido.



2 comentários:

  1. Gosto de posts assim, em que valorizas tanto o garfo como o copo...
    Beijinho.

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  2. Sim! :) E tanto o prato como o vinho merecem bem esta entrada no Blogue! :)

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