terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Reguengos Licoroso 2010



 
É sempre uma aventura fazer vinhos fortificados fora do Douro, da Península de Setúbal ou da Ilha da Madeira, mas a CARMIN faz este licoroso em Reguengos de Monsaraz. Este vinho da colheita de 2010 ainda está muito marcado pela madeira do estágio, mas tem frescura e não cansa. Porreiro para guardar uns anos ou beber já a acompanhar castanhas assadas ou uma boa conversa. Tem um PVP recomendado de dez euros e merece prova atenta.
 
 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

Vila Santa Reserva 2013




 
João Portugal Ramos é um enólogo com muitos anos de trabalho em quase todas as regiões vinícolas de Portugal, mas o seu Vila Santa continua a ser a principal imagem de marca. Este reserva 2013, feito com Aragonês, Touriga Nacional, Syrah, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, estagiado durante nove meses em meias pipas, está fantástico para ser bebido agora ou daqui a uns anos. Fresco e com boa acidez, é um vinho que só não agradará a quem não gostar de um belo vinho tinto. Sábia mistura das castas, como é apanágio em JPR, é um dos melhores vinho ao preço (ali pelos dez euros).
 
Acompanhou prazeirosamente um naco de pá de porco, assado no forno, com as mandatórias batatas e uns grelos cozidos.

 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

Cistus Reserva 2011



 
 
26.718 garrafas de um vinho de Manuel Angel Areal, feito no Douro Superior, com 42% de Tinta Roriz, 38% de Touriga Nacional e 20% de Touriga Franca. Estagiou 14 meses em madeira (carvalho americano e francês), tem 14,5º de álcool e um PVP recomendado de dez euritos. Não é vinho para meninos, apesar dos 3 anos de estágio em garrafa. Taninos ainda bem presentes a denunciar que merece que se espere por ele, mas tem boas notas de fruta a equilibrarem a tosta da madeira e muita frescura. Ao preço, é uma das boas escolhas para acompanhar uma vitela das terras de Miranda feita no púcaro de barro preto, com batatas a murro, bom azeite transmontano e uns grelos a acompanhar.
 
 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Marquês de Borba Reserva 2009 | Arroz de Entrecosto e Pleurotus




 
Já tenho dito muitas vezes aqui no blog que gosto muito da forma como João Portugal Ramos vai redefinindo o perfil dos vinhos alentejanos. Mais frescos, sem fruta compotada, sem serem chatos nem doces.
 
Este Marquês de Borba é o vinho de topo que JPR faz em Estremoz e nesta edição de 2009 foi feito com Alicante Bouschet, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Trincadeira. Nenhuma das castas se sobrepõe às outras, denotando um grande equilíbrio no lote. O estágio em madeira (de luxo, creio) deixou o vinho mais complexo, sem contudo o marcar. Não está muito opaco, como estaria há três anos e meio, quando provado aqui, mas a elegância e a frescura continuam a ser os descritores fundamentais deste vinho que, para mim, continua a ser do melhor que se faz no Alentejo. Apesar dos robustos 14,5º de álcool, basta que se sirva a uma temperatura de 16º C para não se notar. Custa trinta euros, pode-se comprar em novo e beber logo, mas o melhor é mesmo guardar umas garrafas para provar meia dúzia de anos apos a colheita, ou mais, já que é vinho para aguentar muito tempo em cave. Grande vinho, a pedir meças a muitos que custam o dobro ou o triplo...

 
Um arroz malandrinho de entrecosto de porco e pleurotus fez uma bela companhia ao vinho.
 

domingo, 18 de outubro de 2015

Cortes de Cima Petit Verdot 2010 | Lombinho de Vitela




 
Hamilton da Silva Reis é um moço de Miragaia que faz vinho na Vidigueira. Dito assim, não parece nada de especial, mas da Herdade de Cortes de Cima saem alguns dos melhores vinhos do Alentejo e o Hamilton é quem os faz. Este Petit Verdot já tem cinco aninhos e está um vinhão. Surpreende pela frescura, pelo bonito lado vegetal e pela vontade que dá de meter mais um bocadinho no copo. Não é barato (a edição de 2009 custa quarenta euros na Garrafeira Nacional), mas é um daqueles vinhos de prova obrigatória.

 
Deu muito prazer a acompanhar um naco de lombinho de vitela Mirandesa cruzada com a Limousin da frança, com presunto crocante, batatas a murro e uma salada de favas.
 

sábado, 17 de outubro de 2015

Pai Abel Tinto 2009 ! Leitão Bairradino




 
Este vinho é um monstro da Bairrada, saído da mão sábia do Mário Sérgio Alves Nuno, em homenagem ao seu pai. Baga pura e dura, grande equilíbrio e complexidade, como se espera de um vinho de topo das Bágeiras.
Comprado en primeur por vinte e cinco euros a garrafa, agora está a oitenta e cinco euros na Garrafeira Nacional.
Mais elegante e guloso que o Garrafeira do mesmo ano, tem muitos anos de vida pela frente e num dia frio é um excelente companheiro para um leitão assado como deve ser, acompanhado do seu molho e de batatas cozidas com a pele.
Não é barato, mas merece prova atenta por qualquer enófilo que se preze. Vinhos destes, apesar de terem sido feitas apenas 1.700 garrafas, não são para deixar escapar.
 
Nota sobre as fotos: são uma porcaria, mas mesmo assim quis deixar o relato deste vinhão.

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Alvarinho Muros Antigos 2008 | Arroz de Pescada com Camarão

Este é um vinho verde e se faz "distinção" entre verdes e maduros, pode parar de ler e ir ver a CMTV...

 
Anselmo Mendes é um grande senhor do Minho e este Muros Antigos Alvarinho está ali quase na base da oferta do produtor (custa cerca de oito euros). Feito em Monção, não passou por madeira e com sete anos de idade, está focado em aromas de frutas brancas (melão e algumas peras), é fresco e está muito bom para a mesa. Acidez no ponto, porreiro na boca, ganhou com o tempo em cave. Não é um vinhão, mas está em muito boa forma.
 

 
 
Soube muito bem a acompanhar um arroz de pescada e camarão parecido com o que relatei aqui.

 
 
 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CARM Reserva Tinto 2010 | Feijoada de Leitão



 
Já provei muitas vezes este vinho da Casa Agrícola Roboredo Madeira, mas sempre "em novo" e embora seja um belo vinho do Douro Superior, sempre me pareceu muito marcado pela madeira (e com o branco sinto o mesmo). Desta vez guardei uma garrafa da colheita de 2010 (comprada no ECI por oito euros) e deixei-a descansar uns três anos aqui em casa.
 
Resultado? O vinho cresceu, tem a madeira e os taninos bem integrados, belas notas balsâmicas e está num excelente momento de prova. Merece que se espere por ele. Informações adicionais podem ser encontradas no site do Produtor.  


 
Brilhou a acompanhar uma variante da tradicional feijoada de leitão. A original está bem descrita aqui, mas preferi suavizar a coisa, com inclusão de cenoura, couves galega e lombarda. Com arroz agulha cozido a acompanhar.
 

domingo, 27 de setembro de 2015

Reguengos Garrafeira dos Sócios 2011 | Lombinho de Vitela



 
Um clássico alentejano que tem passado ao lado aqui no blog. Teve a sua primeira edição em 1982 e desde então foi consolidando o seu lugar como um dos vinhos de referência da região.

 
Nesta edição, foi feito com 40% de Alicante Bouschet, 30% de Trincadeira e outro tanto de Touriga Nacional, está muito novo, quatro anos após a vindima, a denotar que daqui a uns cinco a seis anos estará no seu auge, mas já se bebe com evidente prazer.
 
Surge com elegantes notas da madeira do estágio (tosta e leve baunilha), outras balsâmicas, notas especiadas e alguma fruta fresca (nada de compotas docinhas). Está com os taninos domados e apesar dos robustos 14,5º de álcool, basta ter algum cuidado em não o servir quente para ele se mostrar. Aliás, recomenda-se que seja servido entre os 16 a 18º C.
Servi o vinho a cerca de 15º C num bom copo e pareceu-me bem. Tem um PVP recomendado de € 17,99, mais que justo face à qualidade do vinho e à sua expectável evolução. Notável o trabalho do Enólogo Rui Veladas. A combinação das castas é muito bem feita, sem que nenhuma sobressaia, dando ao vinho um equilíbrio notável.
 
Para mariadar o vinho, escolhi um prato do norte. Lombinho de vitela de Vimioso com crocante de presunto, molho de espumante e vinagre de vinho do porto, batatas a murro e salada de favas.

 
As batatas, pequenas e novas, foram a assar na cloche com um pouco de sal, durante meia hora e depois levaram o chamado murro e foram servidas com azeite do bom (o Romeu) e alho picado.
 
As favas foram fervidas depois de serem apanhadas e foram congeladas. Deixei-as descongelar e tirei-lhes a casca. Laminei meia cebola, juntei-a às favas e temperei com flor de sal, umas gotas de vinagre branco Oliveira Ramos e azeite Romeu. Adicionei um pouco de salsa picada e folhas de alho e envolvi tudo até ficar quase uma pasta.
 
Já o naco de lombinho de vitela foi feito assim:
 
Deitei um fio de azeite numa frigideira e quando este estava bem quente, adicionei duas finas fatias de bom presunto. Logo que o presunto ficou crocante (depois de o virar duas ou três vezes) reservei-o, adicionei mais um pouco de azeite e selei o lombinho por todos os lados, e temperei-o com pouco sal e mistura de pimentas. Ficou cerca de dois minutos na frigideira, tempo suficiente para dourar por fora e ficar bem rosado por dentro, mas sem deitar sangue.
Retirei o lombinho da frigideira, adicionei um dente de alho esmagado e picado e deixei o alho aromatizar o molho, mas sem o deixar queimar. Refresquei o molho com um pouco de espumante e umas gotas de vinagre de vinho do Porto. Deixei o molho reduzir um pouco, empratei e servi.
 
 

 
Bela ligação :)

(Vinho enviado pelo Produtor)
 

sábado, 26 de setembro de 2015

Morgado de Santa Catherina Reserva 2011


 
2011 foi um grande ano de vinhos. Não será de estranhar que este Arinto de Bucelas, um clássico da região, esteja agora, quatro anos depois da colheita, em grande forma, desafiando quase tudo o que se fez nesse ano. Embora tenha anos de vida pela frente, já tem alguma evolução e começa a mostrar-se. Madeira bem integrada, corpo e volume muito bem conjugados com notas de fruta vária, é um vinho que dá muito prazer a beber, de preferência com boa comida a acompanhar, como uma bacalhauzada no forno. Custa menos de dez euros e ainda se encontra à venda. Para comprar, provar e já agora, guardar. Belo vinho.
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ribeiro Santo Encruzado 2014 | Lombo de bacalhau confitado, batatas a murro e salada de época...




 
Carlos Lucas não sabe fazer maus vinhos. Parece que tudo em que toca sai bem. Pode-se dizer que os seus vinhos podiam ser menos diretos, menos óbvios, mas da qualidade, ninguém se pode queixar.
É o caso deste Encruzado.
Não deslumbra (se calhar daqui a meia dúzia de anos a conversa será outra), mas tem um preço cordato (pouco acima dos cinco euros) e tem tudo o que se espera de um Encruzado do Dão: boa acidez, frescura, alguma mineralidade aliados a um bouquet interessante, com notas muito ligeiras da madeira e um bom volume de boca.
 
 
 
Acompanhou galhardamente um lombo de bacalhau confitado em azeite, com umas finas tiras de pimento vermelho, alho picado, pimenta preta e um pouco de pimenta de caiena, acompanhado de batatas novas assadas com pele, abertas e regadas com o molho e uma bela salada.
 
A salada foi feita com tomates cereja, de rama e coração da horta do meu pai, sem passarem pelo frio (quanto a isso, deixo o linque para o blog do Luís que melhor explica), pepino e cebola, temperados com flor de sal, vinagre e azeite de Murça (de que deixei nota aqui). Deixa-se tudo a ganhar gosto numa saladeira durante meia horita, mexendo de dez em dez minutos e antes de servir, junta-se alface e envolve-se.
 

domingo, 16 de agosto de 2015

Esporão Reserva 2013 | Pregado no Forno



 
Depois de ter provado o Reserva 2014, abalancei-me ao seu irmão mais velho, da colheita de 2013. Está mais feito, a denotar que ganha se guardado um ou dois anos e tem um excelente equilíbrio.

 
Esteve muito bom a acompanhar um pregado no forno, com as batatas bem douradas e a carne suculenta, no ponto :)

 
Destaco ainda o rotulo, desenhado pelo Prof. Escultor Alberto Carneiro, que foi meu professor de Desenho no 2º ano, ainda na Avenida Rodrigues de Freitas, actual FBAUP.

 

Monte Velho Tinto 2014



 
Um clássico do Alentejo, é capaz de ser um dos três ou quatro vinhos mais vendidos naquele patamar abaixo dos cinco euros. Feito com Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Syrah, abre com as belas notas da Trincadeira. Se passou por madeira, terá sido por pouco tempo. Ao contrário do branco, que surge com algum peso, este é leve e fresco e muito fácil de beber. Merece decantação, temperatura de serviço adequada e bons copos. Na mesa, revela-se cordato e com boa aptidão gastronómica. Muito porreiro.

 
Para o provar, grelhei uma alheira de caça que acompanhei com um estufado de feijão preto com couve, cenoura, tomate e chouriço. Ligaram muito bem.
 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

Esporão Reserva Branco 2014 | Arroz de polvo




 
 
"Está com um excelente equilíbrio entre a fruta e a madeira, com todos os elementos na proporção certa, com a fruta cítrica a ligar-se a baunilha da madeira. Na boca mantem esse equilíbrio e o amanteigado está bem sustentado pela acidez. Conjunto garrafa/rótulo de grande qualidade."
 
Curiosamente, fui pescar a análise que o João Paulo Martins fez do vinho de 1997 e que publicou no seu guia de 2000. Há anos que não provava este vinho (creio que a ultima nota de prova foi esta) e o que o JPM disse do 1997 pode ser dito deste 2014, o que só vem provar a consistência do vinho. Acrescento que está jovem e fresco e que não perderá nada se for guardado em cave uns dois ou três anos. Continua a ser um ícone do Alentejo, muito bem feito.

 
Esteve brilhante a fazer companhia a um arroz de polvo da Galiza, com o mandatório carolino.

 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

Monte Velho Branco 2014 | Salada de Atum




 
Estreia absoluta aqui no blog é o Monte Velho Branco 2014. Feito com castas locais, Antão Vaz, Roupeiro e Perrum, é um dos vinhos clássicos do Alentejo, desenhado pelo Enólogo David Baverstock.
 
Fácil de beber, encorpado, algo pesado, é um vinho de meia estação. Porreiro para um bacalhau no forno lá para outubro, comeu as papas na cabeça da salada de atum que fiz para o provar.
 
 

 
(vinho enviado pelo Produtor)
 

Espumante Tinto Pingo Doce 2012 e uma Feijoada de Leitão

 
Os Espumantes das lojas do Sr. Soares dos Santos são feitos nas Caves da Montanha. E são muito bem feitos. Gosto muito dos brutos branco e rosado e achei muita piada à ligação entre o tinto e uma feijoada de leitão. O vinho é fresco, tem estrutura e 12º de álcool. Porreiro para acompanhar muitas coisas (é aquilo de dizer que o vinho é gastronómico, o que me causa engulhos) e custa menos de três euros...
 
 
A feijoada não foi a convencional, já que levou couve, cenoura e tomate a refrescar.

Terra D'Alter Alfrocheiro 2013 e um Entrecosto de Porco no Forno



 
Os monocastas deste produtor alentejano são muito porreiros (gosto muito do TN e deste Alfrocheiro).
 
 Quando o provei pela primeira vez, há cerca de um ano estava alegre, novo, muito fácil de agradar.
Agora está mais sério, mais feito e com boa capacidade de evolução em cave. Deu muita boa conta de si (dele) a acompanhar um entrecosto de porco no forno. Custa cerca de sete euros no ECI, mas apanha-se em alguns pingos doces a pouco mais de três euros. Belo vinho :)

 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Quinta das Bágeiras Garrafeira 2009




 
Vinho de vinhas velhas de Baga feito à moda antiga, este é capaz de ser, para mim, o melhor Garrafeira tinto feito pelo Mário Sérgio Alves Nuno. Depois do 2005, impressionante e com Touriga Nacional, nesta edição da colheita de 2009 (tal como nas anteriores, desde 1991) vem puro e duro, sem tempero do tourigo. Elegância e concentração, complexidade, definem um vinho que se começou a fazer há quase seis anos e que está novo e pujante, a denotar que vai viver uns bons anos na cave, mas que já se bebe com muito prazer. É um dos melhores vinhos tintos da Bairrada e pronto.
 
 Esta era a número 6.544 das 8.676 que se engarrafaram.

 
Caiu que nem ginjas a acompanhar um velho galo de capoeira feito como os frangos da púcara da Estremadura, com um puré de batata e uma salada de tomate e pepino a acompanhar. Podia ter acompanhado um cabrito ou um bom naco de vitela no forno, mas preferi o galináceo. Bela maridagem :)
 

domingo, 5 de julho de 2015

Tons de Duorum Branco 2014





No Douro Superior, ali entre Vila Nova de Foz Côa e Almendra, temos Castelo Melhor e o terroir de João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco. Uma parceria que começou oficialmente em 2007 e que tem vindo a dar (ainda) mais visibilidade a esta região. Tintos e Portos de excelência e apenas um branco, este em Tons de Duorum. Nas primeiras colheitas aparecia muito marcado pelo Moscatel, mas desde a colheita de 2013 está mais composto e este 2014 é um vinho que se bebe bem assim, sem mais nada, mas melhor com comidas de verão. Umas das boas escolhas no panorama dos brancos abaixo dos quatro euros. Ficha técnica aqui.
 
 
(vinho oferecido pelo produtor)

Quinta das Bágeiras Tinto Reserva 2011



 
Mário Sérgio Alves Nuno tem um percurso invejável como winemaker ou vigneron. Coleciona prémios pela excelência dos seus vinhos e apesar de os fazer à moda antiga, é um Enfant Terrible na Bairrada e um dos produtores portugueses de topo.
 
Faz vinhos brancos de sonho, espumantes que só devem ser bebidos por quem sabe e gosta de espumantes a sério (Brutos Naturais, sem adição de açúcar) e tintos cheios de personalidade.
 
Em 2011 fez um dos seus melhores reserva tinto, com Baga e Touriga Nacional. Bela ligação das castas que deram um vinho que já se bebe muito bem, embora melhore em cave; carregado na cor sem ser opaco, aparece com notas vegetais e alguma flor da touriga, com taninos domados, muita elegância e alguma secura que pede que se beba mais um copo. Com um PVP a rondar os oito euros, é uma excelente escolha. Aguenta muitos bons pratos, desde uma bacalhauzada no forno a nadar em azeite ou um belo bife de vitela maronesa com que o acolitei.

 
 
 

sábado, 4 de julho de 2015

Duas Quintas Branco 2014 | Massada de Peixes




 
Este Duas Quintas é feito com uvas da Quinta da Ervamoira e da dos Bons Ares, da Ramos Pinto.
 
Confesso que sempre achei muita piada (no bom sentido) aos vinhos feitos na Quinta dos Bons Ares, pelas suas características diferenciadoras: identidade e longevidade e não tenho provado os Duas Quintas.
 
Claro que o Duas Quintas Reserva Tinto é um ícone do Douro e um dos melhores ao preço (cerca de vinte e cinco euros), mas este 2014 branco colheita que em boa hora foi elogiado pelo José Silva no Facebook levou-me a comprar uma garrafa para provar.
Muito jovem, precisa de arejar (no decanter ou no copo) antes de se mostrar. Parte do lote estagiou em madeira, sem comprometer o vinho que aparece complexo no nariz, com um belo bouquet que vai melhorar com o tempo, fresco, mas com estrutura, algo untuoso, pede boa comida no prato, embora possa ser uma boa surpresa a acompanhar queijo da Serra da Estrela ou enchidos de entrada.   

 
Apresentei o vinho a uma massada de peixes vários da nossa costa: Safio, Ruivo, mais um ou dois que não identifiquei, Pata Roxa e Raia.
 
Massada feita a preceito, excelente acompanhamento para este vinho que se bebe com muito prazer, mas que precisa de mais uns anitos para dar o melhor de si (dele). É comprar uma caixita e ir abrindo uma garrafa por ano para ver como ele cresce. Belo vinho, com um PVP recomendado a rondar os dez euros, vale muito a pena.
 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

João Portugal Ramos Loureiro 2014, Açorda de Bacalhau e Legumes e Azeite Oliveira Ramos




 
Este é o segundo Loureiro do Eng. João Portugal Ramos. Este 2014 está muito equilibrado, fiel à casta, fresco, muito fresco, bebe-se muito bem a solo, mas gosta de comidinhas de verão. Muito porreiro para ser servido num almoço ou jantar como welcome drink, acompanha bem entradas variadas ou o prato que fiz para o provar, uma açorda de bacalhau e legumes com que o mariadei. Com um preço recomendado abaixo dos quatro euros, é uma escolha mais que segura.
 
 
 
Couve branca e cenoura a cozer num tacho, uma posta de bacalhau a escalfar noutro.
Quando o bacalhau estava no ponto de separar a carne das peles e espinhas, retirei-o do tacho, reservei a "carne" e deitei as peles e espinhas no tacho onde cozeu e deixei concentrar os sabores da agua da cozedura do bacalhau durante mais cerca de vinte minutos, tempo para os legumes cozerem. Escorri os legumes e reservei.
 
Coei o caldo do bacalhau para uma taça e juntei pão (aqui é a gosto, entre o veludo duma carcaça ou molete, como se diz aqui no Porto ou pão alentejano com um ou dois dias) e fui processando o pão com um garfo até ficar tudo envolvido.
 
Deitei um fundo de bom azeite num tacho de fundo grosso, adicionei um dente de alho bem picado e deixei o alho aromatizar o azeite; juntei então o pão e o caldo onde o deixei, temperei com pimenta preta e deixei levantar branda fervura, mexendo sempre com a colher de pau. Quando a mistura se apresentava homogénea, juntei os legumes, envolvi tudo e juntei o bacalhau.
 
Já no prato, juntei umas azeitonas pretas e um generoso fio (uma corda) do azeite Oliveira Ramos 2014 Premium (sem data de colheita no rótulo, naturalmente). Feito em Estremoz com azeitonas das variedades Cobrançosa e Picual colhidas e processadas segundo os melhores métodos, veio dar uma graça extra ao prato, com as notas vegetais aliadas às de frutos secos e algum picante. Deixo a ficha técnica... Um belo azeite :)
 
 
 (vinho e azeite enviados pelo produtor)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dona Paterna Alvarinho Espumante Bruto 2012




 
Quando comecei a pensar que estava a começar a perceber ou a saber algumas coisas do mundo do vinho, lia guias, revistas e comprava muita coisa, sem imaginar a volta que este mundo deu neste país.
 
Há quinze anos, bons brancos eram poucos e o Alvarinho Dona Paterna era um dos meus clássicos, ao lado do Pera Manca (que não compro há anos), do Tapada de Coelheiros Chardonnay que também não provo há anos e outros (poucos).
 
Redescobrir o Dona Paterna, de Carlos Codesso, ainda por cima na versão bolhinhas, foi uma bela experiencia.
 
É fresco, elegante, com boa acidez, bebe-se muito bem a solo e desafia a vontade de o meter a acompanhar comida :) 
 

Adega de Borba Premium 2009 | Jardineira de Galo



 
Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon compõem este clássico da Adega de Borba. Estagia um ano em madeira de carvalho nova e outro tanto em garrafa. Quando sai para o mercado, aparece pujante, cheio de boas notas de fruta (sem compotas), com a madeira domada e é um confort wine. Com um preço a rondar os seis euros, é uma boa escolha e bebe-se com muito prazer.
 
E se em vez do 2013 abrirmos o 2009? Ganhamos alguma complexidade aromática, taninos de veludo e uma bela aptidão gastronómica para acompanhar uns nacos de galo de capoeira bem estufados e envoltos no que se chama jardineira... Batatas, cenouras, ervilhas e um molho bom. Confort food, digo eu...
 
 
 

 
Todo o mercado anda a pedir para bebermos os vinhos em novos. Comprem algumas garrafas de bons brancos ou tintos, guardem-nas uns anos e desfrutem. Vale a pena.