segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Marquês de Borba Reserva 2009 | Arroz de Entrecosto e Pleurotus




 
Já tenho dito muitas vezes aqui no blog que gosto muito da forma como João Portugal Ramos vai redefinindo o perfil dos vinhos alentejanos. Mais frescos, sem fruta compotada, sem serem chatos nem doces.
 
Este Marquês de Borba é o vinho de topo que JPR faz em Estremoz e nesta edição de 2009 foi feito com Alicante Bouschet, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Trincadeira. Nenhuma das castas se sobrepõe às outras, denotando um grande equilíbrio no lote. O estágio em madeira (de luxo, creio) deixou o vinho mais complexo, sem contudo o marcar. Não está muito opaco, como estaria há três anos e meio, quando provado aqui, mas a elegância e a frescura continuam a ser os descritores fundamentais deste vinho que, para mim, continua a ser do melhor que se faz no Alentejo. Apesar dos robustos 14,5º de álcool, basta que se sirva a uma temperatura de 16º C para não se notar. Custa trinta euros, pode-se comprar em novo e beber logo, mas o melhor é mesmo guardar umas garrafas para provar meia dúzia de anos apos a colheita, ou mais, já que é vinho para aguentar muito tempo em cave. Grande vinho, a pedir meças a muitos que custam o dobro ou o triplo...

 
Um arroz malandrinho de entrecosto de porco e pleurotus fez uma bela companhia ao vinho.
 

domingo, 18 de outubro de 2015

Cortes de Cima Petit Verdot 2010 | Lombinho de Vitela




 
Hamilton da Silva Reis é um moço de Miragaia que faz vinho na Vidigueira. Dito assim, não parece nada de especial, mas da Herdade de Cortes de Cima saem alguns dos melhores vinhos do Alentejo e o Hamilton é quem os faz. Este Petit Verdot já tem cinco aninhos e está um vinhão. Surpreende pela frescura, pelo bonito lado vegetal e pela vontade que dá de meter mais um bocadinho no copo. Não é barato (a edição de 2009 custa quarenta euros na Garrafeira Nacional), mas é um daqueles vinhos de prova obrigatória.

 
Deu muito prazer a acompanhar um naco de lombinho de vitela Mirandesa cruzada com a Limousin da frança, com presunto crocante, batatas a murro e uma salada de favas.
 

sábado, 17 de outubro de 2015

Pai Abel Tinto 2009 ! Leitão Bairradino




 
Este vinho é um monstro da Bairrada, saído da mão sábia do Mário Sérgio Alves Nuno, em homenagem ao seu pai. Baga pura e dura, grande equilíbrio e complexidade, como se espera de um vinho de topo das Bágeiras.
Comprado en primeur por vinte e cinco euros a garrafa, agora está a oitenta e cinco euros na Garrafeira Nacional.
Mais elegante e guloso que o Garrafeira do mesmo ano, tem muitos anos de vida pela frente e num dia frio é um excelente companheiro para um leitão assado como deve ser, acompanhado do seu molho e de batatas cozidas com a pele.
Não é barato, mas merece prova atenta por qualquer enófilo que se preze. Vinhos destes, apesar de terem sido feitas apenas 1.700 garrafas, não são para deixar escapar.
 
Nota sobre as fotos: são uma porcaria, mas mesmo assim quis deixar o relato deste vinhão.

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Alvarinho Muros Antigos 2008 | Arroz de Pescada com Camarão

Este é um vinho verde e se faz "distinção" entre verdes e maduros, pode parar de ler e ir ver a CMTV...

 
Anselmo Mendes é um grande senhor do Minho e este Muros Antigos Alvarinho está ali quase na base da oferta do produtor (custa cerca de oito euros). Feito em Monção, não passou por madeira e com sete anos de idade, está focado em aromas de frutas brancas (melão e algumas peras), é fresco e está muito bom para a mesa. Acidez no ponto, porreiro na boca, ganhou com o tempo em cave. Não é um vinhão, mas está em muito boa forma.
 

 
 
Soube muito bem a acompanhar um arroz de pescada e camarão parecido com o que relatei aqui.

 
 
 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CARM Reserva Tinto 2010 | Feijoada de Leitão



 
Já provei muitas vezes este vinho da Casa Agrícola Roboredo Madeira, mas sempre "em novo" e embora seja um belo vinho do Douro Superior, sempre me pareceu muito marcado pela madeira (e com o branco sinto o mesmo). Desta vez guardei uma garrafa da colheita de 2010 (comprada no ECI por oito euros) e deixei-a descansar uns três anos aqui em casa.
 
Resultado? O vinho cresceu, tem a madeira e os taninos bem integrados, belas notas balsâmicas e está num excelente momento de prova. Merece que se espere por ele. Informações adicionais podem ser encontradas no site do Produtor.  


 
Brilhou a acompanhar uma variante da tradicional feijoada de leitão. A original está bem descrita aqui, mas preferi suavizar a coisa, com inclusão de cenoura, couves galega e lombarda. Com arroz agulha cozido a acompanhar.